Não sinto frio nem sono nem fome, não sinto mais dor. Estou apenas quieto, parado e absorto em pensamentos vazios, um turbilhão de inúmeras lembranças e quimeras; uma inquietude disfarçada em solidão; uma infinidade de tantas coisas possíveis e impossíveis possibilidades, que meu entender já não mais consegue entender.
Quero chorar! Quero gritar! Minhas lágrimas e minha voz se foram com o passar do tempo. Secou- se a fonte dos meus sentimentos e não mais consigo expressar o que trago aqui dentro do peito.
Esse é meu jeito de dizer que não aguento mais.
Cada passo que dou parece o último,
Cada gesto que faço, meu último ato.
Cada dia mais sinto que não mais sei sentir um pouco mais e um pouco menos de mim ainda resiste.
Igor Furtado
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