quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Um pouco menos de mim ainda resiste

Hoje me encontro encolhido no coração da tempestade, no olho silencioso e destrutivo do furacão, agarrado à mais frágil e pequena  esperança de outra vez ver a luz do sol.

Não sinto frio nem sono nem fome, não sinto mais dor. Estou apenas quieto, parado e absorto em pensamentos vazios, um turbilhão de inúmeras lembranças e quimeras; uma inquietude disfarçada em solidão; uma infinidade de tantas coisas possíveis e impossíveis possibilidades, que meu entender já não mais consegue entender.

Quero chorar! Quero gritar! Minhas lágrimas e minha voz se foram com o passar do tempo. Secou- se a fonte dos meus sentimentos e não mais consigo expressar o que trago aqui dentro do peito.
Esse é meu jeito de dizer que não aguento mais.

Cada passo que dou parece o último, 
Cada gesto que faço, meu último ato.
Cada dia mais sinto que não mais sei sentir um pouco mais e um pouco menos de mim ainda resiste. 

                                                                    Igor Furtado

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